Quer saber como funciona a amortização de financiamento e como ela pode transformar suas finanças? Sem dúvida, reduzir o saldo devedor do seu financiamento, economizando nos juros e flexibilizando o orçamento, é uma estratégia bastante vantajosa.
Basicamente, amortizar um financiamento significa abater gradualmente o valor da dívida ao longo do tempo. Esse processo traz diversas vantagens, como a redução dos juros pagos e às vezes até uma boa folga no seu orçamento.
Neste guia completo sobre como funciona a amortização de financiamento, vamos explorar os aspectos mais importantes desse processo e responder as principais dúvidas sobre o assunto.
Acompanhe e descubra como tomar decisões financeiras mais inteligentes e vantajosas.
Como funciona a amortização de financiamento? Exemplos
Como já mencionamos, a amortização é a redução gradual de uma dívida por meio de pagamentos periódicos. No caso de um financiamento imobiliário, isso significa que uma parte das parcelas mensais é destinada a diminuir o saldo devedor do empréstimo.
Normalmente, a antecipação é feita a partir das parcelas finais. Isso acontece porque, nesses casos, existe a possibilidade de reduzir os juros.
No Brasil, existem duas tabelas principais de amortização usadas no Brasil: a Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) e a Tabela Price. Cada uma tem suas particularidades, que vamos abordar logo mais. Antes, você precisa compreender como funciona esse cálculo.
Como funciona o cálculo de amortização de financiamento
Em primeiro lugar, tenha em mente que a parcela de um empréstimo ou financiamento é formada por pelo menos três itens fundamentais:
- Principal: Montante emprestado que deve ser reembolsado ao credor.
- Juros: Valor pago pelo uso do dinheiro ao longo do período do empréstimo.
- Outros custos: Variam conforme o tipo de crédito; por exemplo, em um financiamento imobiliário, além dos juros, incluem seguros para morte, invalidez e danos ao imóvel.
Para calcular a amortização, é preciso dividir o valor total da dívida pelo número de meses (número de parcelas). Isso fornece o valor das amortizações, ao qual você adiciona os juros.
Existem diferentes métodos de amortização, sendo os mais comuns a Tabela Price (sistema francês) e o Sistema de Amortização Constante (SAC). Vamos explicar ambos.
Tabela SAC
Na Tabela SAC, o valor das parcelas diminui ao longo do tempo. Isso acontece porque a parte destinada à amortização é constante, mas os juros, que incidem sobre o saldo devedor, diminuem a cada pagamento. Por exemplo:
Se você financiar um imóvel de R$500 mil em 60 parcelas mensais, com taxa de juros de 10% ao ano, pela Tabela SAC, o valor da amortização será constante ao longo do período de pagamento. Portanto, o valor da amortização será de:
- Valor das parcelas = R$500.000 / 60
- = R$8.333,33
O valor dos juros, por outro lado, é calculado com base no saldo devedor. Na primeira parcela, o saldo devedor é de R$500 mil, então o valor dos juros será de:
- Juros mensais = saldo devedor anterior x (taxa de juros anual / 12)
- 500.000 x (10% / 12)
- 500.000 x 0.00833333
- = R$4.166,67
Portanto, o valor total da primeira parcela será:
- Valor da primeira parcela = amortização + juros mensais
- R$8.333,33 + R$4.166,67
- = R$12.500,00
Tabela Price
Na Tabela Price, normalmente os juros são pré-fixados. Basicamente, isso significa que o valor das parcelas do empréstimo ou financiamento será igual do início ao fim do contrato.
Usando o mesmo exemplo anterior, imagine o financiamento de um imóvel de R$500 mil em 60 parcelas mensais, com taxa de juros de 10% ao ano. Portanto:
- Valor de cada parcela = amortização + juros mensais
- (500.000 / 60) + (500.000 x 0,00833333 (10%))
- R$8.333,33 + R$4.166,67
- = R$12.500,00
Portanto, cada parcela será de R$12.500,00 durante todo o período do financiamento.
Lembrando que neste dois exemplos não consideramos outras taxas que podem estar incluídas no financiamento.
Outros métodos de amortização
Eventualmente, você pode se deparar com sistemas de amortização menos usuais que tabela Price e SAC. Vamos abordar rapidamente cada um deles:
- Sistema Americano de Amortização (SAA): o devedor paga apenas os juros periodicamente e quita o principal no final do contrato, ideal para quem espera receber uma quantia significativa no futuro.
- Sistema de Amortização Misto (SAM): Combina elementos do SAC e da Tabela Price, resultando em parcelas que variam menos que no SAC, mas não são fixas como na Tabela Price.
- Sistema de Pagamento Variável: as parcelas são ajustadas periodicamente de acordo com a capacidade de pagamento do devedor, como no rotativo do cartão de crédito.
- Sistema de Amortização Crescente (SACRE): as parcelas começam menores e aumentam progressivamente ao longo do tempo, adequado para quem espera um aumento de renda futura.
- Sistema de Amortização Decrescente (SADE): as parcelas começam maiores e diminuem gradualmente, ideal para devedores com maior renda no início do financiamento.
Qual tipo de amortização é mais vantajosa?
Escolher entre a Tabela Price ou SAC depende de suas prioridades financeiras. A Tabela Price oferece parcelas fixas, proporcionando previsibilidade nos pagamentos mensais. Isso é ideal para quem precisa de estabilidade no orçamento.
Contudo, essa previsibilidade vem com um custo: você paga mais juros no início do financiamento.
Por outro lado, o SAC tem parcelas iniciais mais altas, mas que diminuem ao longo do tempo. Isso acontece porque a amortização do principal é constante, e os juros são calculados sobre um saldo devedor que vai diminuindo.
Com o SAC, você paga menos juros totais, o que pode ser mais vantajoso a longo prazo.
Portanto, se você prefere previsibilidade e um planejamento financeiro mais simples, a Tabela Price pode ser mais adequada. Porém, se sua prioridade é economizar nos juros totais e você consegue arcar com parcelas iniciais mais altas, o SAC é a melhor escolha.
Agora, você sabia que é possível reduzir o prazo do financiamento ou diminuir o valor de uma ou mais prestações? Reduzir o prazo significa antecipar a data final de quitação do financiamento, diminuindo o número de parcelas restantes.
Já reduzir a prestação significa manter o número de parcelas e o prazo total de vencimento, mas diminuir o valor a ser pago mensalmente em cada prestação.
É melhor amortizar saldo devedor ou parcelas?
A escolha entre amortizar o saldo devedor ou as parcelas depende das suas necessidades financeiras e objetivos pessoais.
Amortizar o saldo devedor é interessante, pois reduz o valor total da dívida e o tempo do financiamento, resultando em menos juros pagos ao longo do tempo, já que o saldo devedor diminui mais rapidamente.
Essa opção é adequada para quem deseja quitar o financiamento mais rapidamente e pode continuar pagando as mesmas parcelas mensais.
Por outro lado, amortizar as parcelas reduz o valor das prestações mensais, aliviando o orçamento mensal e proporcionando mais flexibilidade financeira para lidar com outras despesas.
Essa opção é ideal para quem precisa reduzir o impacto das parcelas no orçamento mensal.
Optar por amortizar pelo valor da parcela pode parecer atraente, pois reduz o valor mensal a ser pago. No entanto, essa opção não é tão vantajosa a longo prazo, já que você continuará pagando juros.
Portanto, especialistas avaliam que a melhor escolha é amortizar pelo tempo, encurtando o prazo de pagamento do imóvel.
Como usar o FGTS para amortizar um financiamento?
O saldo do FGTS, depositado pelo empregador na conta do empregado, pode ser utilizado para várias finalidades, incluindo a aquisição de imóveis, conforme previsto na lei.
Na verdade, esses recursos podem ser usados tanto para a compra ou pagamento inicial quanto para quitar ou amortizar o financiamento imobiliário no futuro.
Para usar o FGTS para amortizar o financiamento, o cliente precisa fazer um pedido formal junto à instituição financeira que concedeu o empréstimo, pois cada instituição de crédito tem exigências específicas.
Além disso, as condições podem mudar com o tempo, por isso é fundamental consultar as regras atuais da instituição financeira responsável pelo financiamento para garantir que você esteja ciente de todos os requisitos e procedimentos necessários.
Amortizar parcelas com FGTS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode ser uma ferramenta valiosa para quem quer aliviar o peso das parcelas de um financiamento imobiliário.
Em vez de utilizar o FGTS para amortizar o saldo devedor total, você pode reduzir o valor das parcelas por um período, sem alterar o prazo total do financiamento.
Mas atenção: o valor do saque do FGTS deve ser aplicado para abater, no mínimo, 12 parcelas mensais consecutivas, e o desconto aplicado às parcelas não pode exceder 80% do valor da mensalidade.
Como você pode comprovar, saber como fazer uma amortização de financiamento é a chave para uma estratégia vantajosa e bem-sucedida. Conhecendo os diferentes métodos de amortização e as regras, você tomará decisões mais acertadas.
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